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8 – O terceiro dia da criação

“E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar e apareça a porção seca. E assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra. Ao ajuntamento das águas, chamou mares. E viu Deus que era bom. E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra. E assim foi. E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.” (Gênesis 1.9-13)

O terceiro dia é bem particular, pois foi nesse dia que Deus providenciou que as águas fossem ajuntadas em um só lugar e aparecesse a porção seca, chamada terra. O salmista relata no Salmo 104.5-9 como Deus criou os fundamentos da Terra:

“Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum. Tu a cobres com o abismo, como com um vestido: as águas estavam sobre os montes. À tua repreensão fugiram, à voz do teu trovão se apressaram. Sobem aos montes, descem aos vales, até ao lugar que para elas fundaste. Limite lhes traçaste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra.”

Nesse terceiro dia, Deus providenciou que todo o ambiente terreno fosse adaptado para a morada do homem, que ainda iria ser criado muito tempo depois. Primeiro, foram criadas as ervas, as plantas com suas sementes e as árvores com suas sementes, para que a terra tivesse a sua própria existência sem a intervenção humana.

Nos versículos 9 a 13 de Gênesis 1, há a declaração de que uma flora completa apareceu com todas as suas espécies básicas no terceiro dia. Não há como precisar quanto tempo levou para a terra ficar com a sua flora completa, pois a luz que penetrava na terra ainda era em pequena quantidade, visto que uma camada de nevoeiro cobria a terra.

A partir daí, a Terra começou a ficar como um ambiente habitável, porém não completo. Esse período levou mais alguns anos sob o olhar humano, porém, sob o olhar divino, isso levou apenas um dia.

            A Bíblia não se predispõe a explicar cientificamente como ocorreu o processo criacionista de Deus, porém, hoje, com a vasta imensidão de conhecimento que o homem adquiriu, é possível ver que a simplicidade bíblica já nos mostra que Deus fez as coisas de um modo sobrenatural e com um vasto planejamento. É importante lembrar que o início do livro de Gênesis fala de uma premissa e, logo em seguida, os detalhes vão sendo explicados aos poucos. Como exemplo disso, vemos no primeiro versículo: “No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Nesse primeiro versículo, temos a premissa maior, dizendo que todo o espaço sideral com sua infinidade de planetas foi criado. A seguir, ela se volta para o nosso planeta e informa que a Terra era sem forma e vazia e que, aqui, só havia águas e trevas. A partir do terceiro versículo, ela começa a dar mais detalhes, sobre a criação da luz, já informada nos estudos anteriores. Somente, a partir do segundo dia, a Bíblia começa a se voltar exclusivamente para a Terra, que é o ponto principal do tema proposto inicialmente. Ao final do primeiro capítulo de Gênesis, parece que as informações foram enceradas, porém no segundo capítulo, as informações são mais pormenorizadas a respeito da criação do homem. Assim se dá o início de Gênesis: uma informação geral e, a seguir, uma informação mais detalhada, complementando o fato anterior.

            No terceiro dia, Deus fez com que houvesse separação de águas e terra seca. O continente, agora, passou a aparecer. Esse continente inicial foi o grande continente conhecido como “Pangéia”. O interessante é que, embora certas regiões estejam abaixo do nível do mar como os países baixos (Holanda, Bélgica e Luxemburgo) e no Brasil (Recife), o mar não “engole” esses e outros lugares que estão na mesma situação, porque Deus estabeleceu limites para que o mar só vá até o limite determinado por Ele, conforme lemos no livro de Jó:

 Ou quem encerrou o mar com portas, quando trasbordou e saiu da madre, quando eu pus as nuvens por sua vestidura e, a escuridão, por envolvedouro? Quando passei sobre ele o meu decreto, e lhe pus portas e ferrolhos, e disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se quebrarão as tuas ondas empoladas?” (Jó 38.8-11)

            Como vimos na referência acima, Deus estabeleceu limites para o mar, a fim de que o continente sempre esteja livre da intervenção do mar. Hoje, já temos explicação científica para esse fenômeno:

Um estudo publicado na revista Nature aponta que as águas dos oceanos estão sendo sugadas para o interior da Terra em uma proporção três vezes maior do que o normal. Elas passam pelas zonas de subducção, que são enormes fissuras localizadas nos limites das placas tectônicas. Quando ambas colidem, elas arrastam essa água por quilômetros adentro, concluíram os cientistas. O pesquisador Douglas Wiens e colegas da Universidade de Washington em St. Louis estudaram essa subducção de água nas Fossas das Marianas, no Oceano Pacífico. Trata-se do ponto natural mais profundo da Terra, estendendo-se quase 11 quilômetros abaixo do nível do mar. O sistema de subducção fica entre uma falha entre as placas do Pacífico e de Mariana”. (Extraído da Revista Galileu -2018)

O grande continente que Deus criou e emergiu das águas, em um determinado momento da eternidade, sofreu um abalo a partir desse terceiro dia da criação. Não há como precisar quando ocorreu, porque está além da imaginação humana. Porém a Bíblia nos dá alguma pista do que pode ter ocorrido com o nosso planeta.

Alguns estudiosos defendem a ideia de que em um passado muito distante a terra passou por uma explosão muito grande causada por um cataclismo, ou seja, um choque provocado pela colisão de um meteoro com a terra e, por isso, ela passou a ser como é hoje, dividida em continentes e ilhas. Isso é relatado como tendo ocorrido há milhões de anos, porém, quando abrimos a nossa Bíblia e lemos a respeito da queda de Satanás, ela nos aponta que, por causa de sua queda, a Terra foi abalada, como discorreremos mais adiante.

Podemos ver que no princípio do terceiro dia, a Terra tinha um aspecto, porém, a Terra em que habitamos hoje tem o aspecto bem diferente daquela primeira que Deus criou. Conforme pode ser visto pelos mapas geográficos, os continentes que hoje são bem distantes uns dos outros, no passado já foram unidos formando um super continente chamado de Pangeia. Em 1620, o cientista Francis começou a lançar a ideia do perfeito encaixe entre as costas dos continentes, formulando a hipótese da união desses continentes no passado, o que chamou de Teoria da Deriva Continental. Somente no início século XX, em 1915, a partir das expedições realizadas pelo cientista Alfred Wegener na Groenlândia, essa teoria ganhou mais força, devido às evidências encontradas, ao que chamou de Pangeia, o supercontinente. No ano de 1960, essa teoria pode ser comprovada por meio de pesquisas oceanográficas que mostraram grandes evidências de que, com a separação do supercontinente em outros continentes, havia muita coisa em comum:

  • formações rochosas idênticas de um lado de um continente ao lado oposto do outro;
  • a similaridade entre as bordas dos continentes se encaixa perfeitamente;
  • cadeias de montanhas iniciam de um continente e parecem continuar no outro;
  • vestígios de fósseis de algumas espécies de dinossauros aquáticos que habitaram regiões comuns no supercontinente;
  • vestígios de alguns seres vivos foram encontrados em ambos os lados dos continentes, cujas habilidades não lhes permitiriam nadar até o outro lado; e
  • similaridade na distribuição de fósseis de plantas e samambaias extintas na África e no Brasil, e também na Austrália, Índia e Antártica, entre outros lugares.

Ao olharmos para o mapa do continente africano e sul-americano, podemos ver que eles se encaixam perfeitamente e a sua simetria nos limites geográficos coincidem uns com os outros. Dessa forma, explicam os cientistas que, no princípio, os continentes eram unidos, ou seja, eram apenas uma mesma porção de terra, conforme lemos em Gênesis 1.9,10:

“E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom.”

Por causa do grande abalo que a Terra sofreu, aquele grande continente sofreu ruptura e ficou dividido em outros continentes, e estes se afastaram uns dos outros e ainda continuam se afastando.

A queda de satanás foi tão tremenda que abalou a estrutura da terra a ponto de fazê-la tremer. Daí chegar-se à conclusão de que o que ocorreu não foi o choque de um meteoro com a terra, mas sim a queda de nosso maior inimigo. Por causa disso, a terra ficou caótica. Vamos ver algumas referências bíblicas:

“Não tremerão as ilhas com o estrondo da tua queda…?” (Ezequiel 26.15)

“Agora estremecerão as ilhas no dia da tua queda; as ilhas que estão no mar turbar-se-ão com a tua saída”. (Ezequiel 26.18)

“Ao som de sua queda fiz tremer as nações, quando o fiz descer ao inferno como os que descem à cova…” (Ezequiel 31.16)

 A terra estremeceu com o estrondo da sua queda;  e do seu grito até ao mar Vermelho se ouviu o som.” (Jeremias 49.21)

“Assim diz o Senhor Jeová: No dia  em que ele desceu ao inferno, fiz eu que houvesse luto; fiz cobrir o abismo por sua causa, e retive as suas correntes, e elas detiveram-se ; e cobri o Líbano de preto por causa dele, e todas as árvores do campo por causa dele desfaleceram. Ao som da sua queda, fiz tremer as nações, quando o fiz descer ao inferno com os que descem à cova …”  (Ezequiel 31.15)

Não podemos precisar como era a terra originalmente, mas podemos afirmar que não era tal qual nós a vemos hoje, pois, por causa de sua queda, a terra sofreu mudanças no seu espaço geográfico.

            Nas figuras a seguir, mostraremos como poderia ser a Terra ainda na sua forma original  (figura 1) e como ficou após o cataclismo ocorrido com a queda de Satanás ( figura 2).

Figura 1 – A Terra no formato antes da queda de satanás. (O grande continente – Pangéia)

Figura 2 – A Terra após a queda de satanás (Dividida em continentes)

            No projeto de criação de Deus, o homem já fazia parte desse projeto. Sendo assim, Deus começou a criação da Terra com água (que é a base para a manutenção da vida), depois fez separação das águas, para haver um espaço da existência da vida; em seguida, fez a terra produzir ervas, plantas e árvores de todas as espécies, dando a elas a capacidade de se auto produzirem. Como a luz que penetrava aqui neste planeta ainda não era suficiente para a produção de fotossíntese na mesma proporção que hoje, essa flora ainda era muito minguada, porém já começava a produzir os seus líquens, que são associações simbióticas entre as algas verdes e fungos ou entre os fungos e as cianobactérias (também chamadas de algas azuis, que são micro-organismos procariontes capazes de realizar fotossíntese em escala celular)

“Não se sabe como as primeiras plantas terrestres surgiram, mas acredita-se que foi um grupo de algas verdes denominados Chlorophyta que apresentava um genótipo e fenótipo bem diverso que permitiu sua sobrevivência em áreas pantanosas sujeitas a períodos alternados de inundação e seca”. (Extraído de Introdução à Biologia vegetal –  Eurico Cabral – 1996-Editora EDUSP)

A terra começou a tomar um formato para começar a existir vida futura. A partir desses organismos procariontes, a base da cadeia alimentar de quase todos os seres vivos começou a se tornar real.

Eliezer Guedes – Pastor e professor na Assembleia de Deus em Águas Claras – Brasília – DF.      Email: eliezersguedes@gmail.com

Este post tem 6 comentários

  1. Vasser

    Maravilhosa a palavra

  2. Pr Jonatas

    Louvado seja Deus por mais esse estudo, que com certeza, trará esclarecimentos e orientações importantes para o entendimento desse processo criativo da terra. Que o Senhor continue abençoando e usando sua vida para trazer conhecimento aos leitores dos seus estudos.

  3. Sérgio Grijó

    Benção de Deus meu amigo. Que o Senhor continue derramando de sua graça sobre sua vida, nos trazendo assim conhecimentos preciosos de sua palavra.

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